Foram quatro as lendas que se referem à saga do apetitoso pão de natal. A primeira atribui sua criação a um certo Toni, ajudante de cozinha de Ludovico Sforza, o Mouro (1452-1508), duque de Milão. Sem recursos para custear o casamento da filha, ele preparou um pão doce e rico, servido na festa nupcial. Nascendo assim o “pan di Toni” (dialeto milanês), depois batizado de panettone.
A outra versão também envolve Ludovico Sforza. Em um dos banquetes de Natal oferecidos pelo duque, o cozinheiro distraído queimou a sobremesa e a substituiu pelo grande pão doce que o subalterno Toni assara como experiência. Sforza gostou e perguntou o que comia. Na falta de outra designação, chamaram de “pan di Toni”.
A terceira versão também é relacionada ao duque. O jovem Ughetto, filho de Giacometto degli Atellani, escudeiro de Sforza, apaixonou-se por Adalgisa, filha de um padeiro. Como a moça era pobre, a família dele proibiu o namoro. Mas Ughetto decidiu ajudar o pai de Adalgisa e inventou um pão que, fazendo sucesso, tornou-o rico e propiciou seu casamento com a amada.
Por fim, a última história atribui o panettone a uma freira. Ela vivia em um convento no qual a falta de recursos impedia a realização da festa de Natal. Então, teve a ideia de preparar um pão com um pouco de açúcar, bastante manteiga, ovos e pedacinhos de cidra, pondo a massa para levedar demoradamente e assar até ficar dourada.
O dicionário Varon Milanês de la Lengua de Milan, de 1606, definiu o panettone dessa maneira: “Panatton (...) pão gigante que se costuma fazer no dia do Natal”.
Já o escritor italiano gastronômico Stanislao Porzi contesta estas explicações. Para ele o pão natalino não teve autor, foi aperfeiçoado por mãos anônimas a partir de outros, e enriquecidos com ingredientes nobres, preparados para festas religiosas.
Acreditando nesta última explicação, nós da MultiGuia, sugerimos duas receitas especiais usando o “maravilhoso” panetone como base (clique na receita para ampliar):
Semifreddo di panna com panettone
Torroni de panettoni
Retirado da Revista Gosto - Edição de novembro de 2010
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